quarta-feira, 15 de abril de 2015

cont. do post anterior (a partir das sugestões da Formiguinha)

E as pessoas?

Ora, se a questão do mexer na barriga é incontornável, o facto de deixarmos de ser nós para passarmos a ser grávidas ou mães também o é. Chateia? Um bocadinho. Se ao início queria é que a barriga crescesse, que o bebé se mexesse e que tudo correspondesse ao que idealizei, por outro lado, quando a gravidez já era evidente,a par dos seus desconfortos, comecei a ficar um bocadinho irritada pelo facto de todas as conversas fossem dar a bebés, cólicas, carrinhos e afins...Como se o meu cérebro tivesse fechado para balanço e eu não conseguisse falar de mais nada.Ora não é bem assim. É verdade que sintonizei para aqui qualquer coisa que me fez dar atenção a coisas de bebés e maternidade, mas os meus interesses e gostos continuam. Tenho tentado praguejar menos, ter pensamentos melhores, ser mais calma e menos irritadiça, mas a prova de que a coisa não é assim tão linear está na minha incapacidade de fazer estas coisas. É a vida. Pode ser que depois da miúda dar à costa as mudanças aconteçam.

E já sentiste mexer?

Vamos lá ver, eu nunca estive grávida e não tive nunca vontade de ouvir falar do milagre da maternidade até o milagre se ter pespegado no sofá da sala. Portanto, eu não fazia ideia de quando é que era suposto sentir o bebé mexer e até nem estava muito ralada...ATÉ TODA A GENTE ME COMEÇAR A MASSACRAR COM A CONVERSA! "Ah e tal, é como que um bater de asas e borboleta na barriga!" ou "são borbulhinhas de ar!". Tretas. Eu NUNCA senti borboletas nem bolhas, senti sim uns valentes encontrões e um bater à porta no fundo da barriga. E quando é que senti? Essa foi outra: "Ai eu foi logo às 14 semanas!", "ai eu foi ao quinto mês!". Eu senti na véspera de Natal e dada a insistência do mulherio, já achava que estava avariada.

E já deu a volta?

Estou de 36 semanas e mais uns trocos e a miúda está sentada. É fazer as contas às vezes que já ouvi esta.


"Mas olha que parto normal é que é. "

Ide.levar.onde.levam.as.galinhas. Então se a gaiata está sentada, se eu não faço questão nenhuma de a expulsar cá de dentro por uma entrada que me parece bastante apertada para o processo, que tal irem dar uma curvinha? Li algures que há para aí umas alminhas que consideram que o parto não acontece se for através de cesariana. Tanto camião desgovernado que para aí há...

"Estás mesmo com ar de grávida, que giro!"

Giríssimo. Estou com a tensão nos píncaros, parece que roubei o nariz ao Batatinha, ando à pinguim e canso-me só de pendurar uma máquina de roupa. Que giro que é, pá!

"Oxalá tenhas muito leite, filha!" (Dito pela sogra. A minha mãe não se mete em nada.)

Ui, ui. Esta então...não tenho intenção de amamentar a minha filha. Não quer dizer que, ao experimentar na maternidade, não mude de ideias e vamos a isso. Desde o início da gravidez que ponderei muito esta ideia, ouvi muitas críticas e continuei firme no meu propósito. Tem sido fácil? Não. Sou vista como um bicho ruim. Temos pena e estou tão cansada do "mas porquê?" que já só respondo "não quero e pronto".

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