segunda-feira, 28 de setembro de 2009

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A minha escola é uma escola de rufias, de ciganos, de pretos, de pessoal de leste, enfim, um melting pot mas em mau. No primeiro dia, prometi a mim mesma que não cavalgaria os meus póneis de batalha do costume, principalmente por ter muito boa relação com a minha derme e me achar nova em demasia para quinar.
Nada mais errado. Aquilo não tem lá ido com paninhos quentes. Por algum motivo é escola TEIP...As directivas do Executivo são pouco claras e pecam por excesso: um aluno que se arma em esperto e chega à sala 10m antes do toque de saída tem de entrar na sala??? É por estas e por outras que isto está como está, e ai de quem seja mauzinho para a criatura!
Tenho alunos que não falam uma palavra em Português, que acabaram de chegar da Nigéria ou da Guiné, e, por enquanto, ainda não há nada a fazer com eles, porque quem tem anos de experiência (décadas e décadas e décadas...) não vai abdicar do seu horário bem encaixadinho das 8 e meia às 13 e 30, para dar apoio a estes desgraçados.
Esta classe cansa-me e eu desprezo-a cada dia mais. Na quarta tenho duas reuniões, uma delas para as 6 e meia, porque a coordenadora quer discutir as vírgulas do regulamento! E aulas?? E boas aulas?? E tempo?? Isto já foi um sonho, uma vocação, mas cada vez mais é um pesadelo recorrente.
(Já agora, algum de vós tem um carro usado em boas condições para me vender? A sério, anyone?)

8 comentários:

HzoLio disse...

Bem vinda à realidade da "grande" Lisboa...

Vocês por acaso não foram parar à minha escola, pois não?!

eheheh

Gonçalo M. disse...

Podes sempre roubar o xaimite do Salgueiro... durava mais!

Formiguinha disse...

Essa é a infeliz realidade da generalidade das escolas portugueses... tenho pena, muita pena que os professores que são apaixonados pela sua profissão não tenham oportunidade de a exercer como merece (e pá, isto hoje está filosófico)!!!

Bêjos

Formiguinha disse...

Essa é a infeliz realidade da generalidade das escolas portugueses... tenho pena, muita pena que os professores que são apaixonados pela sua profissão não tenham oportunidade de a exercer como merece (e pá, isto hoje está filosófico)!!!

Bêjos

Alexandra disse...

tenta esabelecer objectivos e imaginá-los lá ao fundo! E luta por te aproximares cada vez mais desses objectivos. Por exemplo, estes dois:
1- chegar viva ao final do ano lectivo
2- não ser roubada, assaltada, assediada, ameaçada, ferida, até ao fim do ano lectivo

Anónimo disse...

quanto ao carro que tal ver os veículos penhorados no site das finanças?....

Celeste disse...

Olha, é uma merda, é o que é.

Até eu, psicóloga, acho um exagero certos facilitismos. Os miúdos agora vêem as aulas como facultativas.

Já agora... viste "A turma"? E não tens saudades aqui da lezíria-fim-de-mundo?!

Beiji** e boa sorte

Anónimo disse...

Como eu te percebo... estou numa escola igual, mas em vez de Nigerianos tenho Paquistaneses. Uns queridos, mas não pescam nada.E depois tenho todos os outros que eu corria alegremente à estalada, pelo menos até me lembrar que estaladas levam eles todos os dias em casa. Mas a vontade não morre.