segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Humpf!

De há uns anos a esta parte, sempre que um novo ano começa sinto-me com força para pedir ao Universo que me torne uma pessoa melhor. Uma pessoa boazinha, que não dá encontrões às parvas que não se desviam, que não vocifera impropérios para com as bestas que se metem à frente e que depois não aceleram, que não se enerva com os vizinhos malcriadões, etc.
Vamos no terceiro ano que o peço e a coisa não demonstra grandes melhorias. Estou a ver que ou me mudo de planeta e /ou ando de mordaça, porque este Universo é um nhónhó. É desta, ó palhaço?

terça-feira, 23 de novembro de 2010

à beira dos 30 introspeccionamentalizo-me*, pode ser?


Sabem o que é que eu gostava mesmo, mesmo, mesmo? Além de ser milionária e tal. Sabem? Gostava de não ser assim. Palavra de honra que gostava. Gostava de ser mais cínica, mais diplomática, mais fingida, pronto. E deixemo-nos cá de coisas: as pessoas assim safam-se que é uma beleza, já para não falar do descanso que deve dar! Dizer só coisas inócuas, sorrindo sempre que necessário. Deve ser fantástico para o fígado e demais miudezas. Mas comigo não dá. Temos pena.





*private joke

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

This is survival.Survival I say!

Se eu tivesse pachorra, punha aqui o vídeo das Destiny's child (ora aí está uma bela merdinha de nome para uma banda de 4 gajas a abanar o nalguedo). Aquele em que andam de roupa com estampado camuflado e a pular em poças de lama com um ar muito enervado com o sistema.
Já estraguei a piada. Foi como no outro dia em que estava a dar Formação Cívica (nem explico o que se faz num sítio com este nome, mas pode muito bem apelidar-se de BULLSHIIIIITTTT) e um ser se referiu ao puto chinês da turma ao lado como o chinoca. Sim , todos o fazemos, mas ali eu sou arraçada de Nossa Senhora (75% do tempo, vá...60% e não se fala mais nisso) e não permito esse tipo de comportamentos e vai de me armar em moralista.
Levaram a esfrega do racismo e do somos todos iguais e o caracinhas, até que o meu puto angolano se sai com isto:
- É como o outro na aula de Ed. Física que disse que não era racista mas que, na partida para a corrida, os azuis claros ficavam na fila da frente e os azuis escuros na fila de trás.
Eu escangalhei-me a rir e percebi o verdadeiro poder desta profissão: não ter de aguentar o riso sem correr o risco de a professora me pedir para ler e eu não conseguir por estar aflita da vida com tanta vontade de rir.
Mas eu não vim aqui para isto, eu vim aqui para que saibam que sobrevivi ao quilo de castanhas cozidas. O meu casamento ficou por um fio, mas cá estamos.

domingo, 14 de novembro de 2010

BURP!

Posso desde já avançar que desde ontem já enfardei um bom meio quilo de castanhas cozidas. Encetei agora a jornada final de dar cabo do outro meio quilo.
Se amanhã eu não disser nada, fiquem a saber que o mais certo é ter fenecido.
(O único senão é que já é para aí a sexta que vem com bicho. Ficam desde já a saber que, se eu vir que a parte bichosa tinha ficado toda na panela, sou menina para comer à v olta do bicho.)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010


Hoje devo ter rebentado uma veia algures na cabeça. Será comparticipado pela ADSE? Como é que faço a exposição? Digo que resultou do esforço empreendido no sentido de não escavacar o focinho a uma adolescente? Se vier indeferido, acabo com a boca ao lado, agarro numa metralhadora e apareço na têvêi.



terça-feira, 9 de novembro de 2010

Não querem lá ver esta merda...


- Mas se te portas bem comigo, não percebo por que não te portas bem com a outra professora...

Silêncio.

- Vá, pensem lá, porquê!

- Por que...-diz a miúda que veio transferida há oito dias.

- Diz lá, S., diz lá.

- Eu acho que é só por ter medo da professora.

- MEDO DE MIM??? Mas, então mas porquê??

- Pronto, já não vamos ter intervalo.(ser lá do fundo)



Mariazinha, a trámatizar gaiatos desde 2005.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

domingo, 24 de outubro de 2010

RESMAS!


Aproxima-se uma semana de merda, ainda mais cheia de trabalho do que as últimas oito. No fundo, só agradeço aos meus ovários não quererem dar conta ao mundo da sua presença, porque passar por isto com as putas das hormonas aos saltos era coisa para me internarem depois de ter esgatanhado a fuça a meia dúzia de pessoas. Não me entreguem os papéis, não...


ps: Já estamos finos da amigdalite, mas, digam-me cá, depois de saber que não pagam os dois dias e que o atestado, por ser do privado, não serve, quem é que não ganha logo uma saúde do camandro? 300 euros a menos (no próximo ordenado) por dia, nem sabe o bem que lhe fazia. Se faltasse amiúde, saberia isto, mas nãããão...

Eu já fui uma pessoa prestável, sorridente e solícita, entretanto aprendi a ser mais como o amigo ali de cima.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Amigdalite


Estou cá a pensar que deviam pagar-nos um subsídio de risco, tal não é a possibilidade de uma pessoa se finar no exercício de funções. Estamos os dois de molho, de atestado até quinta, tal não foi a dose de estafilococos que o raio da miúda que se senta à minha frente me passou!

Anyway, amigos, estou em condições de avançar que nunca mais me apanham noutro sítio que não seja o Hospital da Luz. Até me torno do Benfica, for all I care! Senti-me num episódio da Grey's Anatomy, mas claro que me calhou a Bailey e nunca um Sloan. É uma sina.

Agora, para terminar o dia em beleza e glamour, vou buscar o jantar ao pronto-a-comer.

domingo, 17 de outubro de 2010

Well's my ass!


Não bastava já o chorrilho de bacoradas que uma pessoa atura todos os dias, para agora os senhores do marketing do continente se lembrarem da alarvidade do well's. A sério, isso a par do fónix, é do melhor que se tem visto. Agora já vejo well's. Pronto, como isto de ensinar Inglês é até muito fácil, estes iluminados resolveram enfiar mais esta na cabeça dos gaiatos. Vão mas é partir os dentes da frente a ver se ficam well's.
(Este brinquedo também é well's...)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

(...)

E não é do TPM, nem de ter mau-feitio sazonal, nem de não gostar de trabalhar. A questão não é essa. O que se passa é que aquela coisa de trabalhar 12 horas durante não sei quantos dias seguidos começa a moer. É certo que em casa, no fim das aulas, mesmo com tardes livres, não largo a porra do trabalho, mas é diferente. No fundo, estou a fazer o que quero, com um objectivo que EU própria estabeleci e que pode mesmo ser desnecessário, não vir a ter os resultados esperados ou, no limite, inútil. Sem medos: inútil. Eu cá encaro isso bem, ou na medida do possível se me derem tempo e espaço para delinear uma estratégia de remediação. No fundo, basta que se goste do que se faz. Apesar dos dias maus, péssimos, indizíveis e tal...É gostando que se passa para trás das costas a vontade de desistir, é ou não é? Agora isto...Isto de estar de castigo, a fazer coisas que só servem para o papel, para o ter-de-ser-senão...massacra-me. Hoje, ao fim de um mês de trabalho, senti que cheguei a um pico de cansaço. Um mês.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Plano Nacional de zzzzzzzzzzzzzz


Primeiro que tudo, caros colegas que têm de levar com a estucha do Plano Nacional de Leitura, deixem-me expressar-vos a minha simpatia. Segundo, por amor da santinha, não escolham A vida mágica da sementinha. Porquê? Ora vejamos:

1- Aparecem por lá expressões do género babada de prazer. Pois.

2- Um professor de Música (que é um rouxinol) apaixona-se por uma sementinha bebé. Hello! Pedofilia! Queremos aparecer na tvi?

3- A história versa sobre a agricultura. Pode até ter sido bem esgalhado na altura, agora é só um zyrtec com folhas. Para eles e para mim, confesso.

4- Ou bem que tiraram o curso de ornitologia ou aquilo é impossível de explicar, tal não é a passarada que por lá há.

5- BOOOOOOORING!


Isto, meus amigos, é serviço público. E não foi preciso marcar reunião para dizer isto. Espectacular.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Ah, o Halloween!



Antigamente, no tempo em que eu própria era uma criança, o Halloween era um dia giro porque podia-se fazer umas coisas diferentes na escola. Enfeitava-se o polivalente, estudava-se a tradição em si, acho até que havia uma festa qualquer, mas como aquilo não dava para nos esticarmos muito, não sei bem se lhe poderemos chamar assim.
Agora já não é bem assim. Não sei se é um mal da minha escola, mas o raio do filha da puta da merda do Halloween é só uma parvoeira absolutamente inútil e capaz de levar uma pessoa apologista da disciplina (for instance...ME!) ao absoluto ensandecimento. Não bastava uma pessoa ter reuniões 3 vezes por semana (ainda não sei se terá subido a fasquia para mais duas, assim como assim, a semana tem 7 dias...), ainda tem que ser agendada MAIS uma para planificar o filho da puta do Halloween. Halloween que fica tão bem planificado e é depois tão bem leccionado que, na merda do baile de Halloween, aparecem umas cachopas de mama ao léu e pontas das nalgas de fora a abarrotar de eyeliner dos chineses.
Chocolate, preciso de chocolate.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ensandeceu

Estou aqui no meu mini-mini-portátil a trabalhar (e a fazer coisas inúteis, a ver se contrabalanço a coisa), e cheguei à conclusão que fiz um negócio para lá de supimpa ao trocar o outro portátil de tamanho normal por este que apelido de júnior: dores das costas? Gone. Miopia e estrabismo? Ao rubro!
Decisões. Ou bem que se quer andar direita ou bem que se quer ver os muros e ler as placas da estrada. Ainda estou a deliberar, até por que não me apanharão em falso a queixar-me disto, ou não tivesse eu andado a chorar-me para o ter. Cega, mas com dignidade. Com escoliose, lá está, não sei se dava.
Mas adiante, que ainda tenho ali uma coisa para fazer (inútil? NADA DISSO! É uma acta. ACTAS INÚTEIS???).
Não querendo alongar-me, que para longas já tenho as actas, o que é certo é que estou em condições de avançar que a Fátima Lopes perdeu o tino. A da tv, a da roupa já não posso afiançar. O novo programa dela na tvi é inqualificável e a senhora parece estar sob o efeito de psicotrópicos. Dos maus. Daqueles que fazem rir, mas rir enquanto se enfia a carreira pela sanita, er...não sei. Que é feito da senhora que punha tudo a chorar pela hora do almoço? Que é isto de andar a berrar e a gargalhar e a dar dinheiro sem recurso à árvore das patacas? No fundo, ela não se demitiu da sic. Demitiu-se do cargo de facilitadora de sofrimento intercalar pela desgraça alheia. Já uma pessoa não vai ouvir a velhinha mais próxima dizer "mudem-me isso, que para desgraça basta a minha vida". Isto perturba uma pessoa.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Caso não tenha dado para perceber, eu cá sou menina para entrar em pânico por dá cá aquela palha. Hoje, por exemplo, tive a reunião com os E.E. da minha direcção de turma e posso afirmar que desde as 5 da manhã que acordava de 20 em 20 minutos para olhar para o relógio do WC. É verdade que bem que podia ter trazido a merda do relógio para o quarto, escusava de ir para o frio, mas não. Aos nervessss junta-se uma dose cavalar de falta de sentido prático. Acresce o facto da reunião ter-se realizado às 18.30. Nervesss, falta de sentido prático e um nadinha daquilo que se chama de loucura.
Ora, hoje até podia ter estado um dia de sol, ou não? Negativo. Dia importante que se preze, na minha vida´, só pode ser dia de onda de calor ou dia de chuva e ventania. Porquê? Porque estou fadada a andar feita cabra garruda sempre que tenho um evento importante. É escusado. Parece que é karma. Sai uma pessoa toda airosa e só falta o universo perder a subtilieza e atirar-me logo uma chapeirada de água pela pinha abaixo assim que ponho o pé na rua. E depois a coisa é progressiva, raios me partam! Às 8 e 30 estou ali uma vamp, às 10 começo a parecer uma gémea Olsen (aquelas que se barram em banha antes de serem fotografadas) e pelo meio-dia podia ir pedir para a porta do Mini-Preço que ninguém dizia que não estava ali uma romena de gema. É do camandro. Isto para não falar das putas das unhas. Sou só eu que arranco bocados de verniz na puta da maçaneta da porta do WC da escola, a 5 minutos (CINCO!) da hora da reunião? Hã? É demais. E já agora, POSSO ÓRINAR? POSSO? Ou tem que estar tudo aflito assim que eu entro? Raios me partam, pá!
A reunião correu bem, que correu. Mas era preciso tanta provação? Hã?
(Isto foi escrito no meu mini-portátil, desculpem lá os erros, mas a minha vista esta mal)

Aim...


Sabemos que o sistema de ensino está no seu prime shape quando ouvimos esta conversa entre dois putos:

- Olha lá, agora é Estudo Acompanhado, não é?

- É FORMAÇÃO CÍVICA,ESTÚPIDO!


Ah, as crianças. Rosadinhas, meiguinhas e que apetece abraçar.


Ainda no outro dia, estava a ler um texto de Miguel Torga sobre a escola de antigamente, e um daqueles seres vai de me perguntar, com ar muito aturdido, sobre o uso da cana-da-índia, mencionada no texto.

Well, the rest is history and fear. Ah, o olhar arremelgado, que lhes fica tão bem...


ps: Mas reparem que aproveitei para introduzir os processos de formação de palavras. Pedagogia is my middle name.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

;)


For when your troubles start multiplying

And they just might!

It's easy to forget them without trying

With just a pocketful of starlight.


Catch a falling star and put it in your pocket

never let it fade away.

Catch a falling star and put it in your pocket

save it for a rainy day.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Pela segunda vez



É a segunda vez que publico isto. Quando o fiz pela primeira vez, terá sido, seguramente, por motivos diferentes e bem menos importantes. De certeza. Desta vez, infelizmente, já não é assim.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

I shall say this only once


E pronto, ao fim de uma semana, estou em condições de avançar que já anda tudo a jurar papel (wtf?) uns aos outros. É bonito de se ver, de facto. Nos primeiros dias, andava tudo aos abraços e aos ai-que-saudades-do-pessoal, e ele era almoços e risos e caminhadas de mãos entrelaçadas por prados verdejantes. Agora a coisa está um nadinha diferente. Eu já devo ter uns fatinhos novos no roupeiro com tanto corte-e-costura, mas, e que fique aqui registado, eu este ano não me vou moer. Não vou. Continuarei a mal-encaradona, mas a mal-encaradona que sai às 13.15 acompanhada do seu marido inconvenientezinho que grita para dentro da sala de professores "ENTÃO BOM-FIM-DE-SEMANA! MUAHAHAHAHA!".

domingo, 19 de setembro de 2010

Candid camera (a câmara do Cândido, lembram-se?)


Uma semana depois de ter voltado ao trabalho e depois de ter conhecido a minha Direcção de Turma (sim, ponho com maiúsculas, que eu é que sei!), estou em condições de afirmar que aquilo afinal é um estúdio de televisão e que eu sou a apanhada. Seriously! Então mas estava eu habituada à mitragem e dão-me uma Direcção de Turma com gente que sabe a que me refiro quando digo" temos de ter cuidado com a nossa higiene"? Palavra de honra que ainda não estou em mim. A pessoa da câmara não há meio de aparecer a dizer que "ahahahaha,, que giro, olha lá para ali. É. É uma câmara. Uma salva de palmas!". Até lá, estou feliz, pronto. Waiting for the catch though.

sábado, 11 de setembro de 2010

Deal?

I'll try being nicer if you'll try being smarter.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

É a rentrée, senhores!


Segunda-feira lá estamos nós, a pegar no batente, a vergar a mola, a dar o litro, a picar o boi...who am I kidding? Vou mas é fingir que trabalho, ou não fosse eu professora, pá. Vamos andar todos em matilha, a passear dossiers sem nada, andamos no youtube a ver gente a cair e/ou a ter acidentes de carro. Sim, sim, porque nós somos uns brincalhões e uns calões de primeira. Vá, agora quero ver como é que os anónimos me vão moer. Again, who am I kidding? Eles vêm já para aqui de manta nas pernas e caneca de chocolate quente, preparadíssimos para dizer mal da classe docente. São uns malandros, esses professores. Limpam ali milhares de euros a fingir que trabalham...

Assim como assim, com ou sem anónimos acéfalos, o que é certo é que mais um aninho me mantenho pela mesma escola, o que, tendo em conta a actual conjunctura (toma lá...uma palavra bonita!) é para lá de espectacular. É verdade que continuo a poder levar uma navalhada de algum mitra manhoso, mas ele entra ao fim do mês. Fuck it. Uma professora a dizer asneiras. Com fraqueza.


ps: Os da foto são os colegas de departamento.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Caminho a passos largos ...

...para a surdez.

Ele- monmonmonmonmonmon? (do fundo do corredor)
Eu- HÃ? (sem baixar o volume da tv)
Ele- MONMONMONMONMONMONMONMON????
Eu- Se falta muito? Não...Estou quase a acab...
Ele- O CORTA-UNHAS!!! ONDE ESTÁ A MERDA DO CORTA-UNHAS!

Há pessoas nesta casa que fervem em pouca água e não sabem ser bonzinhos com as pessoas com dificuldades auditivas.Pfff...Eu cá acho que é a crise acabei-de-criar-um-blog-em-vez-do-eskisitorules...

domingo, 5 de setembro de 2010

Só se perdem as que caem no chão, já dizia o meu pai

Está bem que estão bêbedos. Está bem que são putos. Está bem que estão a ouvir músicas de intervenção a cada 2 minutos. Está tudo muito bem. Agora, expliquem-me lá- se puderem- porque raio é que ouvi magotes de adolescentes (again, ou bêbedos, ou whatever...) a gritar F***-se pelo meio do recinto do Avante, numa substituição do famigerado Ó Elsa? Eu estou muito velha? Don't get it. E os pais montados no BMW à porta à espera dos príncipes e das princesas? Tão bonito. E terapêutico. Assim que abriam as portas do bólide, eis que as meninas ficam logo sóbrias e eles deixam de se armar em grunhos. Qual gurosan, qual quê.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Até se me treme a pálpebra


Uma pessoa até está cheia de vontade de voltar ao trabalho, de estar com os colegas e de meter mãos à obra, que está! Mas depois ouço estes atrasados mentais destes gaiatos para aqui armados em primitivos e só me apetece descer as escadas e enfiar uma bofa no focinho a cada um, palavra de honra. Ainda isto não começou e já antevejo o pior.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

This is your captain speaking...

Hoje, enquanto esperava pelo meu sobrinhomailindo no aeroporto, descobri que o casting do LOST* não foi assim nada de tããããõ iluminado. Ali, em 45m de espera conseguimos encontrar não sei quantos Sayid, um ou outro Hurley, po-rra-das de Bens (aquele olhar esgazeado é afinal perfeitamente comum lá para os lados de Espanha, pelos vistos.), Charlies então, pfuuuu!, não sei se acham que a coca por cá está dada, mas o facto é que vi muita gente com pouco gosto pelo sabão. Resumindo, ele há de tudo naquele aeroporto, carradas de boeings ou lá o raio que aterraram, fiz o belo do casting todo 32 vezes e um Sawyerzinho que fosse? Nem um para contar a história. Imoral. E os pilotos? Custa muito serem altos, espadaúdos, morenos, com músculos, na casa dos 30 e poucos, de óculos escuros e com o raio do chapéu posto? Não há necessidade. Já que o wi-fi se paga, ao menos...


*Cai cá tudo o que é fã do Lost. Devem andar a ver as seasons todas de enfiada para perceberem os pormenores todos. Praia? Não. Eles querem é saber se a escotilha se abriu sempre para o mesmo lado.

sábado, 14 de agosto de 2010

Ah, o Norte!


Então e quantos de vocês, os quatro, é que já andavam a apostar no fecho aqui do estaminé, hã? Já se estavam a preparar para o postzinho lamechas com a foto cheia de sentimento a dizer adeus em estrangeiro, seus abutres! Vocês quatro sois levados da breca. Alguém sabe o significado desta frase, já agora?


Resumindo, tenho andado a leste aqui do coiso porque sim. Por que está calor e preguiça e sabe melhor fazer outras coisas. Tomemos como exemplo uma visita a amigos em Gulpilhares. Gulpilhares. Muito havia a dizer de Gulpilhares. Tem uma confeitaria/pizzaria/quiosque que vende uns croissants/pizzas/jornais que são uma categoria, digo-vos já. E a Santa Maria Adelaide que fica lá ao pé? Não conheceis a história? Pois ide ao google. Eu fiquei elucidada. Primeiro que a noção de "a santa não se decompõe" é um nadinha exagerada. Segundo, verdade seja dita, a Adelaide não teve o processo de descanso em paz facilitado.

E a feira medieval de Santa Maria da Feira? Já foram a uma? E acharam tudo giro? ESQUEÇAM! Vão a esta e vão ver o que é levar um evento a sério. Houve lá um bocadinho que, calhando foi por causa da sangria, em que pensei que o senhor da cota e da espada se estava a prepara para me dar um encontrão. E havia grinaldas. Que não comprei, visto que andar pelo Cacém de grinalda seria, vá, estúpido.


Depois há francesinhas. Francesinhas das boas. Ora, se isto não é motivo para uma pessoa se afastar da internet e percorrer esses caminhos de Portugal...

No fundo, o Norte é, a par do Alentejo, uma parte lindíssima de Portugal. Venham-me para cá com o Algarve, camones, calor...ná!Para mim, desculpai, um bom dia não é um dia de praia, mas sim um dia a laurear a pevide e a conhecer sítios, à sombra e frescos, se não for pedir muito.

Só não gostei de uma coisa:os sinos. Vamos lá ver, qual será a necessidade de pôr os sinos a tocar de 15 em 15 minutos, hum? E de noite? Temos um pároco armado em Badaró, é?


(Faltou mencionar o jantar em Matosinhos enquanto decorria o jogo do Porto com não sei quem. O Porto marcou e eu vi a minha vidinha a andar para trás. Não é que tenha alguma coisa quanto aos senhores, mas vi gente de braços no ar a berrar guuuuooooooloooooo enquanto cuspiam gafanhotos cheios de comida e só a nossa mesa não mexeu. Pensei cá para mim que não chegávamos vivos ao carro. Eu, que sou do Porto desde pequenina. Gulp.)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A bela regra de 3 simples!

Não tenho vida para funcionária pública. Devo ter aqui qualquer coisa avariada, não sei. Quando se está a dar aulas, cumpre-se o horário, leva-se com os gaiatos, não se tem tempo para nada e levamos a vida na escola, mas como estamos a bulir ou a amaldiçoar meia dúzia de fedelhos, o tempo passa a voar. A sério! Parece que ainda estamos cheios de energia quando dá o toque do último tempo. E depois fica-se na escola mais 3 horas, ou vai-se para casa trabalhar, mas o que é certo, é que não se pára.
Agora isto é que não. Acabam-se as aulas, passam-se uns, chumbam-se outros, preenchem-se resmas de porcarias e redigem-se 1001 relatórios cheios de conversa fiada e bumba!, estamos na escola com carradas de trabalho de um género que não consigo explicar bem. Ele é estatísticas, ele é organização de dossiers de tudo e mais alguma coisa, ele é inventários, ele é planos de emergência...e eu, que até me pelo por arrumar coisinhas e tal, estou aqui sentada à espera de um mail para fazer MAIS UMA estatística. É é aqui que eu queria chegar. Quem como eu detesta Matemática, concordará que fazer estatísticas é do pior que há, certo? Certo. E concordará que foi uma bela ideiazinha de cocó encomendar isto a alguém do departamento diametralmente oposto ao de Matemática, certo? Nada disso. E porquê? Por que sou a rainha da regra de 3 simples e consigo calcular percentagens! Dêem-me uma regra de 3 simples (e uma calculadora, já agora, senão...) e eu levantarei o mundo!
Bom, deixa cá ir ao mail.

domingo, 4 de julho de 2010

...


Se eu não tivesse metido na cabeça que tenho que comer de forma saudável e rebéubéu e estava a fazer o belíssimo bolo de chocolate da Nigella e traria um saco de m&m do Lidl quando lá fosse comprar areia para a gataria e jantaria guacamole. Ideias de merda, é o que é.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Giggle loop!


Já não me ria tanto desde que o Abrunhosa se espalhou.

domingo, 20 de junho de 2010

Lust for life

Choose life. Choose a job. Choose a carrer. Choose a family. Choose a fucking big television. Choose washing machines, cars, compact disc players and electrical tin openers. Choose good health, low cholesterol and dental insurance. Choose fixed-interest mortgage repayments. Choose a starter home. Choose your friends. Choose leisure wear and matching luggage. Choose a three piece suite on purchase in a range of fucking fabrics. Choose DIY and wondering who the fuck you are on a Sunday morning. Choose sitting on that couch watching mind-numbing, spirit-crushing game shows, stuffing fucking junk food into your mouth. Choose rotting away at the end of it all, pishing you last in a miserable home, nothing more than an embarrassment to the selfish, fucked-up brats you have spawned to replace yourself. Choose your future. Choose life. But why would I want to do a thing like that?
(Mark Renton - Trainspotting)

Nota-se muito que estou a chegar aos 30 e que não devo ver filmes que vi com 17? By the way, lembram-se do Tommy? O certinho a quem o Renton rouba a cassete íntima? É o Hunt da Grey's Anatomy. Na foto é o da trunfa loira.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

I do believe in fairies. I DO! I DO!


Eu sei que os professores são todos uma cambada de burros que não faz ponta de um chavelho, que quer é chumbar as doces criaturas que frequentam os nossos belíssimos estabelecimentos de ensino, que nem dormimos bem devido a tanto fel...eu sei isso tudo, hã? Mas hoje, prezadíssima freguesia aqui desta chafarica, vou dar a última aula à turma mais absolutamente enervante do universo e arredores, portanto, hoje estou feliz. Mesmo que me venha um anónimo dizer que somos uns calões, eu não quero saber. E sabem porquê? Por que não haverá mais barulho, mais respostas malcriadas, mais guinchos, mais "quem é que é o teu DT?".

Em suma, hoje é o último dia de um ano lectivo difícil, enriquecedor, divertido, trabalhoso, recompensador e cansativo. Não há férias-férias, mas há férias de miúdos, e só quem trabalha nisto é que percebe o que isto significa. Não é crueldade, é só cansaço. E crueldade, vá! Há momentos em que me passa uma coisa negra pela vista e só me apetece limpar o sebo a um, mas depois imagino o meu sobrinho a dizer coisas queridas, penso em velhinhos solitários, guerras, fome, chacinas, sento-me, vasculho no meu innerself e é então que me sai a crueldade em forma de palavrinha-dardo ao ego da personagem em questão. Tem resultado, so far.

Anyway, it's over folks!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pérolas a porcos

Ora, estando eu (e os meus prezados colegas) a dois dias do fim das aulas, já não vou tendo pachorra para dar aulas, assim sendo, hoje decidi que a última aula com uma das turmas seria diferente e levei o Romeu and Juliet do Baz Luhrman (se não é assim é parecido).
Tem cenas de tiros, tem momentos cómicos (poucos, mas tem) e versa sobre o amoooorrrrr impossível, teria, portanto, os ingredientes certos para deixar aqueles seres adolescentes interessados, ou não?
Não.
De cada vez que havia um beijo as cachopas punham-se a soltar gritinhos. De cada vez que aparecia um monólogo desligavam o cérebro e olhavam para o relógio, e os rapazes só ligavam às cenas de tiros, pancadaria e perseguições. Típico.
Ora vejamos, eu vi este mesmo filme com 14 anos, porra!Tinha pouco mais ou menos a idade destas almas! Fui ao cinema e não me punha a dar guinchos de cada vez que os protagonistas se roçavam! Era experiente e aquilo não me fazia confusão? NÃO! Era madura e não havia morangos com açúcar e, como tal, sabia comportar-me? Talvez, talvez...
Conclusão: deu-me o tilt com uma, perguntei de forma retórica porque raio me lembro eu de fazer estas coisas com eles e no fim deixei-os sair enquanto me saía fumo pelas narinas. Não houve um que pedisse para ficar mais uns minutos para acabar de ver o filme. UM! Mas, engoli a vontade de lhes chamar nomes e anunciei que amanhã trago antes um episódio do Noddy, sempre é mais ao gosto deles...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Reflexão

Imaginem que vos davam a escolher a pessoa com quem teriam de trabalhar. O vosso trabalho não depende do trabalho dessa pessoa, mas acaba por ter alguma ligação a nível teórico. Escolheriam a pessoa graxista ou a pessoa dissimulada? A pessoa graxista seria, adicionalmente, incompetente. A pessoa dissimulada não se conseguiria saber se sofreria do mesmo mal dada a sua característica dominante. Quem é que acham que seria o mal menor?

sábado, 12 de junho de 2010

Decisions, decisions...


Vou jantar sushi, que é cool e modernaço, mas apetece-me também uma sardinhazinha assada. Cá está a eterna dicotomia que faz de mim quem sou.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A falsidade, a falta de espinha e a graxa foram dar um passeio e depois...

E a quantidade de mentecaptos que por aí anda que enveredou por esta profissão, hein? Era assunto para a Visão aprofundar.
Eu disse que só aqui voltaria lá para dia 18 de Junho mas o pulular de gente burgessa, graxista e sem espinha, fez-me antecipar o meu regresso.
Se eu tivesse tempo, dir-vos-ia que:
-o dia de hoje (mais ou menos a partir das cinco da tarde) permitiu-me ter uma visão abrangente das linhas com que se cosem algumas das pessoas que comigo trabalharam este ano lectivo...
- que há quem tenha uma particular apetência para limpar o rabo a quem manda...
-que há quem tenha enveredado pela profissão errada e que merece um óscar ou meia dúzia de razzies, pelo bom desempenho em vários papéis...
- que FELIZMENTE não me enganei com algumas pessoas que escolhi como amigos. São poucos mas muito bons...
Mas não tenho tempo.

domingo, 6 de junho de 2010

A lufada de ar fresco em forma de template novo

E como demonstração da minha vontade de voltar a escrever regularmente, tenho aqui um template supimpa! Quem tem um marido habilidoso tem tudo.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O algodão não engana!


Tché! O que p'raqui vai de teias de aranha e cotão, credo!

Pois é, vim aqui dizer-vos, caríssimos leitores deste espaço que é meu e vosso, que ando muito engadanhada com trabalho, algum stress (pouco, porque não desconto para a adse e ainda me tiram 1,5% do ordenado...CHULOS!) e, consequentemente, muito pouco tempo para aqui vir. O tema não tem sido desculpa, porque começando pela bardajona da Playboy que partilha comigo o apelido e a profissão (olhem bem a sorte...), das calinadas constantes que o Past me tem proporcionado, de colegas que merecem que lhes caia uma bigorna na pinha e o calor/suorzinho gostoso, muito tenho a contar-vos, mas, infelizmente, não temos tempo. Deixem chegar o dia 18 de Junho e até escrevo enquanto atiro confetis (ou confeti ou lá o raio...).

Resta-me despedir-me com elevada estima e consideração, mantendo no ar a expectativa com este tema que abordarei lá para o dia 19 ou assim: textos das perovas de afurição! (juro que vi isto escrito assim!)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

quinta-feira, 15 de abril de 2010

É a mesma coisa, o catano!

Há coisas que não mudam, mesmo com as coisas neste pé, há situações em que me vejo envolvida que me levam de volta à sala de aula mas do outro lado da barricada. Estão a ver aquele hábito estúpido de se dizer a primeira sílaba da resposta para os putos irem atrás? Do género: Esta forma verbal aqui está no Fu...fu...fu....para ver se a criatura diz a porcaria da resposta. Estão a ver ao que me estou a referir? Bom, hoje, basicamente por saber que tenho ali umas mentes muito brilhantes (irony mode on), perguntei qualquer coisa sobre o processo de formação de uma palavra e como se ouviam grilinhos em vez de respostas, começo eu:
- Derivada por...pre...pre...pre...
- PRESENTE!
- PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO!
- PREDICADO!

Dá-me o tilt. Dou-lhes um valente ralhete sobre o facto de estar perante um valente grupo de preguiçosos que não sabem nada e quando me passa o momento super-guerreiro repito a pergunta enquanto dou um exemplo no quadro e aponto e faço traços e setas e o diabo a sete.
- Então vamos lá ver, se eu posso retirar o prefixo e a palavra continua a ter significado, temos então uma palavra derivada por pre...pre...pre...

- PRETÉRITO!
- MAS QUAL PRETÉRITO, CRIATURA! PREFIXAÇÃO! PREFIXAÇÃO!
- É a mesma coisa...

Nervous meltdown with fries on the side.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A manga curta

Sempre que mudamos de estação para o calor, acabo por adiar a manguinha curta até às últimas por ser muito friorenta. Chego mesmo a parar para pensar, lá para meados de Julho, qual é que terá sido o dia em que perdi a cabeça e vesti manga curta pela primeira vez naquele ano. Juro. É quase como fazer acunpunctura, bungee-jumping, sei lá. A minha mãe então, detesta, abomina, passa-se totalmente, quando eu saio de casa de malhinha na mão com medo que esfrie. No fundo, estes meus 29 anos físicos equivalem a 78 mentais e climatéricos. E porque raio estou eu a escrever sobre isto? Primeira razão: porque me apetece e ele está a ver um filme manhoso na rtp memória. Segunda razão: porque sim, porque quem manda nisto sou eu e tenho as quotas em dia. Terceira razão: porque hoje, dia 9 de Abril, vesti manga curta e sandálias. Assim, quando me der para a nostalgia do início do Verão, venho aqui e cá está a informação que eu procurava! Não é espectacular? Hã?

terça-feira, 6 de abril de 2010

Páscoa

Sobrinho- E onde é que está o borrego?
Eu- Ali, dentro do saco, não vês?
Sobrinho- Tem sangue...Porque é que tem sangue?
Eu- Er...Tem que ter, é um animal. Tu também tens sangue debaixo da pele.
Sobrinho- TENHO?!

Se acharam este diálogo arrepiante, deixem-me acrescentar aquele que teve lugar há uns tempos entre ele e o avô. Relembro que o T. tem 3 anos e uma grande urgência em saber tudo até ao mais ínfimo pormenor. Segue então a conversa:

Avô-Pois é, e depois os teus dentinhos vão caindo e aparecem outros...
Sobrinho- NÃO CAEM NADA!
Avô- Caem, caem. Esses são de leite e os outros são definitivos.
Sobrinho- Mas porque é que caem?
Avô- Caem, pronto. É mesmo assim.
Sobrinho- Mas porquê?
Avô- Ai a porra...Vai perguntar à avó, vá.

Eu- T., de que marca é este carro?
Sobrinho- Um Forê!
Passam uns segundos e pergunto.
Eu- E este? Também é um Ford?
Sobrinho- NÃO! Ai, esta mulher não sabe nada...

terça-feira, 30 de março de 2010

uff...

Sabem aqueles dias em que parece que meia dúzia de rinocerontes vos passou por cima e que depois lhes deu para fazerem marcha-atrás e pumbas, vai de passar outra vez? E sabem aqueles dias em que sentem que há gente pertencente a 3 categorias:
Categoria a) As pessoas que têm esta designação mas que não passam de calhaus com olhos;
categoria b) Os seres que pensam MESMO que os outros vivem para os chatear.
Categoria c) Os incompetentes-pedantes.
Pronto, este belo dia que findou foi deste género. Passei 14 horas na escola a olhar para números. Isto não se faz a uma pessoa com défice de atenção, como eu, por exemplo, e a coisa piora consideravelmente quando pensamos que amanhã ainda é dia de documentos e mais a porra das burocracias que estes gajos arranjam. Bom, vou enfardar nestum, dormir e ver se vou para o meu belo Alentejo DESCANSAR.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Diz que é das hormonas

Li hoje no blog da Luna que afinal há mesmo uma prova científica para a burrice dos meus alunos e diz que é a própria puberdade. Nada de novo, é certo, mas sempre dá para uma pessoa se rir nas reuniões secantes que se aproximam.

sexta-feira, 19 de março de 2010

O meu pai


O meu pai é o maior e o mais bonito e o mais inteligente de todos os pais do mundo e arredores. Herdei dele a desarrumação, a distracção e a lágrima fácil. Chorei muito na minha adolescência por ser filha de alguém tão rígido, mas agora sei agradecer-lhe os nãos que ouvi. Cada um deles. O meu pai era o pai que as minhas amigas temiam: havia o pai ausente, o pai bonacheirão e o meu pai. Quando havia algum trabalho da escola para fazer, lá montávamos nós a confusão no stand, mas a coisa durava pouco, bastava ouvirmos o tossir típico e parava logo ali a parvoíce. Ninguém falava no carro quando ele nos ia apanhar à escola e era com alguma miúfa que eu lhe pedia se podíamos ir na caixa aberta da carrinha. E ele às vezes dizia que sim, e era a loucura! Tenho um pai levado da brecaa, com um feitio complicado, mas sei que herdei dele essa rectidão no trato, principalmente com os meus alunos. Foi ele que me ensinou a fabulosa frase:Quanto mais te baixas, mais o cu aparece. Na esperança que eu aprendesse a saber distinguir humil dade de subserviência. Foi ele que me ensinou também que quanto mais conheço pessoas mais prefiro os animais. Com ele aprendi a gostar de animais, a não ter nojo de carraças nem de pulgas e a gostar de dar banho à cãozoada toda. Com ele aprendi a levar comida aos animais vadios às escondidas. Foi ele quem me fez reconhecer a validade da resposta: Eu sou eu, naqueles meus momentos comunistas da adolescência. Foi o meu pai que tirou importância ao facto de eu ter tido 12 no exame de Latim, enquanto eu chorava no lugar do pendura. O meu pai detesta pimentos assados e feijão frade e eu gosto muito de o picar com isso. Ligo para casa todos os dias e ele diz para a minha mãe é a pintassilga! e fica a ouvir a conversa e de vez em quando interrompe e diz: fala mais que um saca-moelas!
É o meu pai, pronto.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Sacana fofinho da tia


Ao telefone, há uns minutos:

- Então e diz lá, tens saudadinhas do pai?

- Tenhó...e tuas tamém! Quando vens, tia?

- Ó amiguinho, tu sabes que a tia é como a Sónia, tem muitos meninos e não os pode deixar sozinhos, coitadinhos!Tens de esperar mais uns dias. Pouquinhos. Mas tu também tens pena dos meninos, não tens?

- Ê...NÃO!



Já não vejo mámãe, pápai, mano e sobrinhinho há 2 meses. Estas coisas deixam-me assim a modos que...GULP.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Some call it payback. I call it teaching.

Tenho duas turmas de Língua Portuguesa, uma assim-assim e a outra má mesmo. Os assim-assim são uns imbecis mimados, os maus são uns cromos sem regras mas que eu prefiro, francamente.
Acabei de cotar os testes dos maus e tenho seis negativas. Not bad. Not good either. Trabalhar faz calos e esteve um fim-de-semana tão bom para se enfiarem em Dolce Vitas e Colombos...
Os outros estão corrigidos e só os coto amanhã, ainda assim, pela mancha de pontos de interrogação e riscos encarnados, nada de bom se avizinha. O número de negativas não andará muito longe do resultado da outra turma, mas é pior em comparação. São alunos com vidinhas melhores e com pais (um nadinha) mais responsáveis.
Anyway, tinha de os moer. Cheguei à sala ao melhor estilo Mary Poppins, propondo-lhes a redacção de um texto sobre as actividades levadas a cabo no fim-de-semana: criaturas cheias de entusiasmo e canetas em laborioso afinco!
Começa a procissão da entrega e lá começo a ler sobre jogos de futebol, idas a centros comerciais, jantaradas, visitas do padrinho...estudar que é bom? NICLES!
Quando comecei a agrafar os textos sobre o fim-de-semana ao teste, os semblantes mudaram: Tu queres ver que ela afinal nos vai lixar? Então mas não era para escrever sobre o futebol e o passeio no Colombo?

ps: Corrigi mais 25 textos, é certo, mas vale a pena. Muaha ha ha ha ah!

segunda-feira, 15 de março de 2010

O Marquês é um zombie!

Assisti a uma aula de História e Geografia de Portugal e descobri que as minhas aulas são muito aborrecidas.
Estavam a dar a Implantação da República, a bandeira o hino e tal e coiso ao que o professor decide REVER algumas coisas, perguntando:
- Então e quem foi o autor da letra do nosso hino?
- O MARQUÊS DE POMBAL!
- O MOZART!
- O BÉÉÉTOVE!

Es-pec-ta-cu-lar!
E eu quero que eles saibam as subclasses do advérbio e as preposições de cor. Pois 'tá bem!

domingo, 14 de março de 2010

Terminando a sequência deprimente:

Pode parecer estúpido, mas ler os comments aos posts que escrevi desde sexta-feira dá-me algum sossego, não sei bem a razão, mas sabe bem. Há uns tempos, em conversa com colegas, surgiu a questão: porque é que há por aí séries à brava sobre médicos e advogados, polícias e não sei quê, e nem uma sobre professores? Eu cá acho que devia ser uma valente seca e deprimente até à exaustão. Putos desbocados, professores frustrados/enervados/cansados/borrifando-se para tudo. Salas em que chove lá dentro, auxiliares que se sentem com o rei na barriga e que têm mais apoio das estruturas directivas do que os próprios professores.Computadores às carradas e miúdos sem livros ou cadernos. Reuniões atrás de reuniões. Negativas que passam a positivas como que por magia e acaba o ano. Créditos. Executive Producer: Ministério da Educação. To be continued...
E bom domingo, valha-nos o sol!

sábado, 13 de março de 2010

Continuação da continuação...

Afastemo-nos então da indisciplina. Na disciplina de Inglês costumo propor-lhes um project-work por período. Por período, não por unidade temática. Desta feita, encomendei-lhes uma maquete/desenho que evidenciasse a rua em que vivem, salientando os serviços lá existentes. O prazo termina na segunda e recebi dois. Tenho 48 alunos. Os que recebi são como água e azeite: um foi feito em cartolina laranja berrante e a lápis. Não se consegue, portanto, ler nada. Informei a aluna disso, dizendo-lhe que seria difícil a obtenção de uma boa nota, uma vez que eu não conseguiria ler com clareza a legenda. Bufou enquanto exclamava: A stôra também!...
O outro trabalho foi feito com preocupação e alguma ajuda dos pais: está muito bem feito. A aluna em questão é filha do representante dos E.E. da turma e é um exemplo. No outro dia, por ter notado que se estavam todos borrifando para o que lhes estava a ensinar, fechei o livro, escrevi o sumário e ditei:
Exmo Sr. Encarregado de Educação:

Em virtude do desinteresse demonstrado pelo seu educando, o conteúdo em estudo na aula de hoje está sumariado. Deste modo, fica à responsabilidade do mesmo o estudo e compreensão da matéria da aula de hoje.

Com os melhores cumprimentos

No dia seguinte fui ver as assinaturas. A menina em questão esquecera-se da caderneta, então, ligou ao pai que me enviou o seguinte sms:

Professora:

Assinei o recado mas a ****** foi irresponsável e esqueceu-se da caderneta na cozinha. Peço desculpa pelo sucedido.

Entre outras cadernetas por assinar, uma vinha acompanhada deste recado oral: A minha mãe diz que tem mais em que pensar.

Concluo que há por aí gente que não sabe definir prioridades.

continuação do post anterior

Outra coisa que me deixa ainda mais revoltada, é saber que o suicídio foi cometido a 9 de Fevereiro e só agora vem a público, talvez porque se integra na sequência do suicídio do aluno em Mirandela. Não querendo medir a importância, parece-me que a preocupação escolheu um lado e não é o do professor. Digo e volto a dizer que isto só está assim pelos pais, Digam o que disserem. A escola é uma estrutura que deve acolher a diversidade? Sim. E a diversidade tem lá gente que não acata ordens. Sim, ordens. Não são instruções, são ordens! Sente-se, levante-se e venha ao quadro. É uma ordem porque é do lado do professor que está a autoridade, ou não? Quando isto falha, meus amigos, falha tudo. Vi ontem uma mãe a berrar com um Director de Turma porque queria o telemóvel da filha de volta: a professora de Matemática retirou-lho por esta ter estado a usá-lo na aula e, cumprindo o regulamento interno, levou-o ao Director. A mãe em questão não comparece quando a filha perturba o normal decorrer das aulas, mas pede para sair do emprego mais cedo para reaver o telemóvel da menina. E isto é a ponta do icebergue.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Que termo Inglês se arranja para isto?

- Ó stôra, ouviu aquela notícia do stôr que se matou?
Risos alarves ecoaram na sala.
- Ouvi.
- E o que é que a professora acha?
- Acho que, a ter uns alunos assim, agarrava numa caçadeira de canos cerrados, entrava na sala, despachava-os a todos e depois é que me suicidava.
Risos alarves param.
- Mas continuemos com os advérbios, que ainda temos de fazer uns exercícios.

Não estou a tentar armar-me em engraçada, longe disso. Li o rodapé da tvi quando estava a beber café em frente à escola e parei um bocado para pensar: Rio de Mouro está a meia dúzia de Km daqui. Pensei na profunda tristeza de um colega, do sentimento de impotência e da raiva pelo sistema que aquele profissional sentiu ao ponto de fazer o que fez.
Sou áspera, não sou a típica professora amiguinha, cá para mim a coisa não se leva com eles a julgarem-se iguais aos professores e sou também da opinião que, se eles não trazem essa noção com eles, devemos ser nós a tratar disso. Ninguém o fará por nós. Os tribunais julgam, as cadeias prendem, as escolas aturam e ainda têm de andar de cara alegre. Bela merda de sistema, francamente.

terça-feira, 9 de março de 2010

Jon and Kate plus eight


Não sabem o que é??? Google it e vão ver se o instinto maternal adormecido (inexistente?) não vem logo ao de cima, o sacana.

Dias bons e dias maus


Recomeça...

Se puderes,

E os passos que deres,

Nesse caminho duro,

do futuro,

Dá-os em liberdade

Enquanto não alcances,

Não descanses.

De nenhum fruto queiras só metade.


Miguel Torga


Bottom line of a teacher's day.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Seriously!




Ninguém merece mais chuva. Eu sei que somos uma humanidadezinha que fez merda atrás de merda e que temos vindo a deixar este planeta numa miséria, mas ninguém merece ter tanta chuva seguida. É uma vingança da Mãe Natureza? É o início do fim? É um azar do catano? Whatever! Ou isto pára ou a humanidade desaparece e não é no dilúvio, é de depressão. E depois que raio de ideia é esta do pessoal das lojas já andar p'raí a pôr vestidinhos e sandalinhas e coisas de cavas...ora vão-se mas é encher de moscas! Estamos a uma semaninha e tal do início da Primavera e durmo de pijama polar, não me dispo para tomar banho a menos que o aquecedor já esteja a bombar há uns bons 10 minutos e ando com o cabelo cachapado na pinha assim que meto o pé na rua. Já não há paciência, ainda por cima que sou daquelas pessoínhas que em Setembro disse qualquer coisa do género: "Já tenho saudades do Inverno". Uma bigorna na cabeça, é que eu merecia. E o cheiro a mofo e a roupa-que-não-é-lavada-e-que-quando-é-não-seca-e-cheira-como-que-a-chulé que uma pessoa tem de gramar nas salas de aula? Opá, sol, queremos sol. Period.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Daniel Sampaio (recebido por mail)

Merece toda a atenção a proposta de escola a tempo inteiro (das 7h30 às 19h30?), formulada pela Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap). Percebe-se o ponto de vista dos proponentes: como ambos os progenitores trabalham o dia inteiro, será melhor deixar as crianças na escola do que sozinhas em casa ou sem controlo na rua, porque a escola ainda é um território com relativa segurança. Compreende-se também a dificuldade de muitos pais em assegurarem um transporte dos filhos a horas convenientes, sobretudo nas zonas urbanas: com o trânsito caótico e o patrão a pressionar para que não saiam cedo, será melhor trabalhar um pouco mais e ir buscar os filhos mais tarde.
Ao contrário do que parecia em declarações minhas mal transcritas no PÚBLICO de 7 de Fevereiro, eu não creio à partida que será muito mau para os alunos ficar tanto tempo na escola. Quando citei o filme Paranoid Park, de Gus von Sant, pretendia apenas chamar a atenção para tantas crianças que, na escola e em casa, não conseguem consolidar laços afectivos profundos com adultos, por falta de disponibilidade destes. É que não consigo conceber um desenvolvimento da personalidade sem um conjunto de identificações com figuras de referência, nos diversos territórios onde os mais novos se movem.
O meu argumento é outro: não estaremos a remediar à pressa um mal-estar civilizacional, pedindo aos professores (mais uma vez...) que substituam a família? Se os pais têm maus horários, não deveriam reivindicar melhores condições de trabalho, que passassem, por exemplo, pelo encurtamento da hora do almoço, de modo a poderem chegar mais cedo, a tempo de estar com os filhos? Não deveria ser esse um projecto de luta das associações de pais?
Importa também reflectir sobre as funções da escola. Temos na cabeça um modelo escolar muito virado para a transmissão concreta de conhecimentos, mas a escola actual é uma segunda casa e os professores, na sua grande maioria, não fazem só a instrução dos alunos, são agentes decisivos para o seu bem-estar: perante a indisponibilidade de muitos pais e face a famílias sem coesão onde não é rara a doença mental, são os promotores (tantas vezes únicos!) das regras de relacionamento interpessoal e dos valores éticos fundamentais para a sobrevivência dos mais novos. Perante o caos ou o vazio de muitas casas, os docentes, tantas vezes sem condições e submersos pela burocracia ministerial, acabam por conseguir guiar os estudantes na compreensão do mundo. A escola já não é, portanto, apenas um local onde se dá instrução, é um território crucial para a socialização e educação (no sentido amplo) dos nossos jovens. Daqui decorre que, como já se pediu muito à escola e aos professores, não se pode pedir mais: é tempo de reflectirmos sobre o que de facto lá se passa, em vez de ampliarmos as funções dos estabelecimentos de ensino, numa direcção desconhecida. Por isso entendo que a proposta de alargar o tempo passado na escola não está no caminho certo, porque arriscamos transformá-la num armazém de crianças, com os pais a pensar cada vez mais na sua vida profissional.
A nível da família, constato muitas vezes uma diminuição do prazer dos adultos no convívio com as crianças: vejo pais exaustos, desejosos de que os filhos se deitem depressa, ou pelo menos com esperança de que as diversas amas electrónicas os mantenham em sossego durante muito tempo. Também aqui se impõe uma reflexão sobre o significado actual da vida em família: para mim, ensinado pela Psicologia e Psiquiatria de que é fundamental a vinculação de uma criança a um adulto seguro e disponível, não faz sentido aceitar que esse desígnio possa alguma vez ser bem substituído por uma instituição como a escola, por melhor que ela seja. Gostaria, pois, que os pais se unissem para reivindicar mais tempo junto dos filhos depois do seu nascimento, que fizessem pressão nas autarquias para a organização de uma rede eficiente de transportes escolares, ou que sensibilizassem
o mundo empresarial para horários com a necessária rentabilidade, mas mais compatíveis com a educação dos filhos e com a vida em família.
Aos professores
, depois de um ano de grande desgaste emocional, conviria que não aceitassem mais esta "proletarização" do seu desempenho: é que passar filmes para os meninos depois de tantas aulas dadas - como foi sugerido pelos autores da proposta que agora comento - não parece muito gratificante e contribuirá, mais uma vez, para a sua sobrecarga e para a desresponsabilização dos pais.

Li, há um par de dias, uma apreciação psicológica que havia sido feita a um aluno de uma colega minha que dizia que rapaz tinha dificuldades e que, obvamente, a actuação dos professores teria de sofrer alterações, de forma a que o rapaz ultrapassasse as ditas dificuldades diagnosticadas. Até aqui tudo bem, não fosse ele um de 25. O relatório trazia uma página com não sei quantas propostas de trabalho que faziam todo o sentido, sem dúvida: valorizar o processo e não o produto, reforçar positivamente, criar trabalhos individualizados, etc, etc...
Tudo isto faz parte das nossas funções, mas estamos a falar de um aluno que tem mais não sei quantos colegas na mesma situação, e cada um tem o seu próprio plano de trabalho. Sem mencionar a indisciplina e o desinteresse dos visados. E a falta de acompanhamento/interesse dos pais...
É uma bola de neve que cai sempre para cima dos mesmos, pronto.


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Óculos do ofício


Dou apoio a uma turma de percursos alternativos, daqueles que têm 17 anos e que continuam a frequentar o 6º ano. Apesar de ao início ter duvidado se chegaria ao final do primeiro período inteira, agora limito-me a fazer o que lá faço (pouco, porque estão sempre cansados ou a falar entre eles sobre os coisas estranhíssimas) e a rir-me do que eles dizem.

Hoje, o R. - que vinha cansado, surprise, surprise!- ficou a olhar para mim e ao cabo de uns minutos diz-me assim:

- A Stôra hoje está diferente.

- Ai sim? Então?

- Está um bocado nerd, como aqueles da Lua Vermelha. Não gosto de a ver de óculos.

- Tenho de te ver, não? Tenho de usar óculos, aguenta-te.

- Mas não fica gira...

- As professoras estão cá para ensinar, estar bonita ou não é importante.

- Está a ver? Está nerd.



Nhónhónhó, conversa sobre as horas que passam em frente a monitores e eis que eu digo:

- Eu tenho a vista cansada. Se tirar os óculos nem distingo bem as feições do F., que está ali ao fundo.

Ao que aquela alma do F., levanta-se e começa a fazer gestos ninja, enquanto diz:

- Ahahaha! A professora não-me-vê!

- Não te vejo as feições, mas vejo-te armado em palhaço, dá cá a caderneta.



- Mas a stôra agora anda sempre de óculos?

- Pois, é de estar sempre a trabahar para vocês no computador!

- Cá para mim, anda mas é no Fárvile.



domingo, 21 de fevereiro de 2010

Bloguices

Ah! As saudades de um bom desafio!
Este foi-me enviado pela MAB, uma conterrânea, blogger e veterinária. Como eu gostava de ter sido veterinária...Embora aquela parte de vacinar, dar injecções e operar e tal, não fosse para uma maricas como eu. Queria ser veterinária naquela especialidade fazer festinhas. Não há? Devia.
Bom, o desafio consiste em enumerar coisas que não têm preço para mim. Cá vai:

- Estar com o meu sobrinhomailindo, que é a criança mais linda e mais querida do mundo TODO. E diz laaaaite, apesar de ser mais alentejano que o Trio Odemira.
- Uma road-trip com o cromo do meu marido, que hoje fez mais uma amoço espectacular (agora podes parar de me açoitar com a colher de pau???)
- Umas férias com a família toda no alentejo, a cozinhar, a dormir sestas, a comer, a dormir sestas...e a comer...já mencionei as sestas?
- Aulas que me deixam satisfeita comigo e com eles.

E o desafio vai péééera:
- O eskisito.
muahahahahahahahahahaha
- Rir com as pessoas de quem gosto.

Será desta?

Este sábado vou fazer qualquer coisa ao cabelo. Again! Estou mais ou menos decidida quanto ao que vou fazer. Vi uma foto da Sanra Bullock num evento qualquer e BAM! é isto que vai! Só falta imprimir uma imagem beeeemmmm grande e explícita para que me façam o que quero, e é muito importante que não torçam o nariz: olhe que no seu cabelo/cor de pele/comprimento/ascendente em Plutão...eu não sei se ficará bem, mas vamos fazer!
Pára tudo! Vamos fazer, mesmo que não se tenha a certeza? Nada disso. Ou bem que saio de lá super hot (na medida do possível vá) ou népias!
Ontem, por acaso, falei nisso e esta noite sonhei que a cabeleireira me queria pôr loira, sem me avisar. Acordei cheia de nervos, a imaginar-me com umas farripas amarelas nesta cabeça de tição. No way! Já fui quase loira e é coisa para se ficar pelo passado.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ai o meu cérebro...

Com a história das novas oportunidades, depois das 18.30m, a minha escola recebe cursos de formação. Os alunos, pessoas na casa dos 40, 50, 60 anos, esperam à porta das salas pelos professores que lhes dão formação. Saio eu, carregada até ao limite da minha coluna e deparo-me com dois cromos engalfinhados, como se fossem galos. A auxiliar passa e ignora a briga que ali se vai armar. (Por falar nisso, há coisas que não mudam: lá estava o resto da turma a berrar o típico "po-rra-da! sincopado.) Mas como eu estava dizendo, eu passo, os putos lá estão de testas franzidas com o coro da turma a incitar à briga, e eu sigo o meu caminho, porque já basta o que uma pessoa tem de fazer para os conseguir ter em sala de aula com o mínimo de educação, para ainda me habilitar a levar na pinha por causa de uma parvoíce qualquer de putos. Eis que ouço um senhor dizer para outro: como é que isto não há-de estar assim? Os professores não querem saber!
E eu segui, não me engalfinhasse eu também com alguém. Eles que experimentassem transmitir educação aos filhos, e se calhar isto não estava assim. Hoje, por exemplo, ao fim de cinco dias seguidos em casa, pergunto às duas turmas se têm dúvidas a colocar sobre o teste que se avizinha (segunda que vem). Dizem que não, que não têm dúvidas. Mostro-lhes o tal apanhado de gramática que fiz para eles e uma miúda riu-se alto quando eu disse palavras homógrafas. Como se fosse uma palavra estrangeira, sei lá. Nunca antes ouvida, talvez. O problema é que dei isto no primeiro período até ao limite da minha sanidade mental. Segundo ela, riu-se porque a palavra lhe pareceu cómica.
Eu ri-me da comicidade da palavra também, enquanto ela passava 45 minutos na rua. E que bem que se estava na rua às 2 da tarde. Fresquiiiinho!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A esquizofrenia rula!


E amanhã recomeça-se o trabalho, as dores de cabeça, a vontade de fugir e tal...Nada de grave.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A minha avaliação de desempenho de trazer por casa

Devia estar de férias, em vez disso estou a fazer um resumo da matéria de funcionamento da língua . Para quê? Para os ajudar a estudar. Para ficar com a sensação de trabalho-feito-e agora-seja-o-que-deus-quiser? Talvez. Exijo mas também dou, gostava era de poder ensinar tudo o que não aprenderam até agora, para que não façam má figura, para que não fiquem atrás de ninguém. Para mim, a formação é isto: conseguir dotá-los de ferramentas capazes de os levar mais além, nem que seja um passo mais à frente. É verdade que não se esforçam, que não se interessam, mas até aqueles mais certinhos não sabem estudar. Pura e simplesmente. Ao longo das reformas e afins foi-se pondo de parte a necessidade de memorização de conceitos e agora é ver os professores a pedir que saibam as preposições de cor (que não chegam a 2o palavras) e eles népias. Uns (muitos) não olham sequer para o caderno, mas outros há que vêem-se aflitos mesmo que tentem. Se assim é, se isto está mal, cabe-me também a mim melhorar. É assim que vejo isto, com alguma utopia à mistura, mas se deixar de pensar assim agora, daqui por cinco anos ando a motivá-los com fichas*. Por outro lado, esta história dos jogos e da brincadeira constante também não mer parece bem. Aprender é um processo que exige esforço de duas partes. Um esforço que não tem de ser escondido, para que eles não percebam que estão a estudar. Não, nisso também não vou. Aprender tem de ter a sua parte de suor, para que o lado do professor seja também valorizado.
Gosto do que faço, apesar do desinteresse de alguns, da falta de apoio, do constante deita-abaixo, e ocupo os dias e a cabeça a pensar em maneiras de os fazer gostar de aprender. Metade do que faço, ou mais até, acaba por cair em saco roto, mas o certo é que durmo de consciência tranquila.
E pronto, vou continuar, precisava de deixar isto escrito aqui para memória futura.

*private joke para as minhas compinchas das reuniões de Departamento.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Carnaval

Ora, o Carnaval era daquelas coisas que eu adorava em criança, a par do Natal. Nunca me mascarei de coisas normais, nem com coisas parvas. A senhora minha mãe entendia que os fatos deviam ser de boa qualidade e palhaça ou fada, nem pensar. Os meus disfarces foram sempre elaboradíssimos, caros e, por essa razão, não tinha direito a um fato todos os anos. Tive 2 desde os 5 até aos 10. Seja como for, o meu ensejo nunca se prendia com a roupa mas com a bela da maquilhagem e do sinal! A minha mãe pintava-me com a maquilhagem dela e eu deliciava-me com o cheiro da base, do blush, do baton. Acordava com as galinhas e esperava, aparentando a calma que conseguia reunir, pela bolsa castanha de feltro com arabescos, cujo fecho já tinha entregue a alma ao criador. E aí era a loucura: sombra azul, boca encarnadíssima, rosetas a parecer que tinha enfiado a cara no forno...tudo era permitido, até o sinal feito com eyeliner, à la Cindy Crawford, suponho. Enfim, eu divertia-me à brava no Carnaval, mesmo quando o meu irmão me fazia esperas na esquina e me enfiava um punhado de farinha na cara, situação que me levava aos píncaros da raiva e da humilhação.
Agora há fatos nas lojas dos chineses, e cada puto tem 3 por ano. São inflamáveis, não se parecem com nada, mas servem o mesmo propósito, pronto. O que achei curioso hoje, foi ver uma miúda de uns 7 anos, cujo disfarce consistia no seguinte: sardas feitas a eyeliner, totós na cabeça e boneca debaixo do braço. Então mas está disfarçada de quê? Da criança que é, mas com sardas pintadas?

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

:)

- Stôra, amanhã vem mascarada de quê?
- Depois vês.
- É de bruxa, não é?
(risinho de quem se está a esticar mais que as mantas)
- F., não tarda nada mascaro-te eu a ti de aluno que vem ao quadro escrever as sub-classes do pronome.
- Então pronto, de Capuchinho Vermelho, não se zangue!

Sacanas.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O verdadeiro espírito do S. Valentim, esse grande maluco...

Primeiro que tudo, quero que conste em acta que isto de ser professora é uma vidinha santa e que aturar gaiatos e levar trabalho para casa é um regalo. Posto isto, posso continuar? Agradecida.*
Bom, estou aqui apenas e só para vos falar de apalpões. Sim, apalpões, porque caso vocês achem que isto de ser professora é apenas ensinar conteúdos e tal e coisa estão enganados. Hoje falei de apalpões, de machismo e da probabilidade de lhes aterrar um murro na pinha. Passo a explicar, sem antes pedir licença à provedoria do leitor. Posso, a sério? Um bem-haja.
- Stôra, o R. apalpou-me as mamas...
- R. CHEGA AQUI AO PÉ DE MIM, JÁ!
- Pronto, é sempre o mesmo. Sou sempre eu! Ela fez-me o mesmo a mim! E o A., o F. e o E. também a apalparam!
- Espera, tu estás a dizer-me que pelo facto de não teres sido o único o que fizeram torna-se correcto?
- Não, mas eu não fui o único!
- Mau! Estou a perguntar-te se é correcto!
- Não...
- Então a I. vai escrever um recado à tua mãe a explicar o que lhe fizeste e tu escreves um para a mãe dela a explicar o que ela te fez. Entendam-se.
(Passam uns 20m e chegam os dois ao pé de mim)
- Sabe stôra, é que ele queria namorar comigo, é por isso que me apalpou e eu a ele. Deixe, não escrevemos nada nas cadernetas a ver se melhora.
- Melhora? Melhora o quê??
- O namoro.

Foi mais ou menos aqui que me senti velha.

*Agradecimento destina-se à anónima que não sabe que trabalhei noutras coisas além disto e que também sei o que são meses sem folgas, exploração, varizes e afins. Poor little thing. Depois comecei a dar aulas e sei dar o valor ao que faço, da mesma forma que me canso e me desiludo com os resultados de alguns miúdos. May I?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

You don't need a weatherman to know which way the wind blows

Que é como quem diz, tens ali 23 testes por classificar e já sabes a bodega que se avizinha. Eu bem que queria ser cabeleireira, ou veterinária, mas nããããõ....

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O desbloqueador de conversa da semana, do mês, do ano!

Sim, é segunda. Sim, tenho testes e fichas e porcarias várias para corrigir. Sim, é verdade. Mas o Abrunhosa pregou o melhor espalho televisivo de todos os tempos e o Manzarra soltou um maravilhoso Ai, foda-se no segundo seguinte. Ora se isto não vos dá alento para o resto da semana, vocês são umas pessoas que vão para o céu mas que cá na terra são uns morcões.

Na reprografia:
- Ó D. cremilde, já tem as cópias que lhe pedi há 3 quinze dias?
- Ai ó stôra não...Mas precisava para agora? E fez a requisição? Se calhar não fez, eu não vi, ou então...
- Não, deixei aqui o papel, D. Cremilde. Olhe,'tá aqui.
- Ahhhh, pois foi....
(silêncio comprometedor)
- Mas ó stôra, e o que me diz do tralho que o Abrunhosa mandou ontem, hã? Eu até disse para o meu mais novo que não era para se rir, mas já sabe como são os gaiatos!
- Nem me fale nisso, acho que desloquei para aqui qualquer coisa de tanto rir. Bom, deixe lá isso, faça-me lá as cópias que eu faço o teste amanhã.

Mais uma vez, a queda aparatosa em horário nobre e em directo, salva o dia destas duas funcionárias ao serviço da comunidade.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Eu tenho o poder!

Segundo um senhor americano extremamente iluminado, o problema do insucesso escolar reside nos professores. Os alunos não estudam? A culpa é dos profesores. Os alunos não respeitam o ambiente escolar? A culpa é dos professores. Os alunos faltam? A culpa é dos professores. Os encarregados de educação estão-se borrifando para o facto do filho/a ter esmurrado um colega ou mandado um professor levar na bilha? A culpa é dos professores. Os encarregados de educação não comparecem às reuniões? A culpa é dos professores.
Segundo ele, se um professor consegue atingir sucesso numa turma, todos os seus coelgas o devem conseguir fazer também. E eu estou de acordo, ou não estivéssemos nós a falar de grupos de máquinas programáveis que seguem o objectivo de aprender. Adiante, o que me deixa mesmo descansada por saber que afinal a culpa é toda minha é que, detendo todo esse poder, e como pequena déspota que sou, vou modificar a minha atitude e a partir de agora os meus alunos não faltarão às aulas, farão sempre os t.p.c., estudarão diariamente os conteúdos, deixarão de dizer asneiras a cada 3 palavras e os pais começarão a preocupar-se com os filhos e com a vida escolar dos seus rebetos. Obrigada, senhor americano, não fosses tu e o sistema de ensino continuava uma balbúrdia em que nos habilitamos a levar na boca de um puto ou de um pai a cada dia que passa. Muito e muito obrigada, hã!


ps: Agora que penso nisso, a resposta que uma encarregada de educação me deu há dias é culpa minha! A ******** não fez o t.p.c. por motivos pessoais é uma resposta absolutamente espectacular e eu deveria ter sido mais compreensiva, afinal de contas a menina só não fez o t.p.c. 5 vezes seguidas. Shame on me!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Degraus na minha escada para o céu

Mas, ó stôra, o La Fontaine já morreu?
(Depois de ter feito um trabalho sobre o senhor...)

-It's near the sea. Onde está o verbo?
- IT!
- NEAR!
- THE!
(Resposta em coro, como manda a lei, claro...)




quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Taking it like a woman

Nada dramático, atenção. Acho que é apenas uma grande verdade e uma bela máxima. Esta semana tem sido puxada. Enervante, cansativa, desanimadora mas também gratificante...Coisas a mais para quatro dias, diria eu. Vamos lá encarar o último dia que nem uma menina crescida, então.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Tastes like friday...

De há uma semana a esta parte que não tenho pensado em muito mais, além de uma malfadada visita de estudo. Não interessa estar aqui com pormenores, apenas interessa saber que todos os pormenores e logística quase, quase me provocaram um avc. Adiante.
Ora, estamos a falar de uma ida ao teatro. Uma ida ao teatro com 7 turmas de miúdos pouco habituados a estas andanças, a destacar então:
1-"Ó stôra, mas aquilo é para estar sempre sentado?"
2- "Se um gajo se fartar baza?"
3- "Eu cá levo rissóis e batatas fritas!"
4- "O ciclope era mas é um gajo vestido com umas cenas, estava à espera de mais, tipo à filme!"
5- A meio da peça, a turma que se sentou atrás de mim sacou de um pacote de batatas e vai de comer...
6- Enquanto estavam à espera, os gabirús da minha escola ainda conseguiram sacar o número de telemóvel das cachopas finórias do Colégio. Elas gostam deles assim, pelos vistos.
7- "Stôra, nesta escola não tem pretos! "

IMPAGÁVEL!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Fado, Futebol e INTERNÉTI!


Andou uma pessoa a levantar-se às 2 da tarde, a evitar os dossiers e a papelada durante quinze dias, para de chofre se aperceber que o segundo período aí vem? É de não se ter noção do mal que isto faz ao psicológico. Agora, se uma pessoa regressasse ao gabinete do escritório, ainda vá que não vá. Mas não, temos logo de andar ali a desejar bom ano a toda a gente, quando está tudo com vontade de cuspir a gosma que ficou entalada no dia das reuniões. Saudável, não é?

Mas acabo por me recompor. Ou não tivesse eu outra hipótese, certo? Lá vou eu, cheia de ideias para actividades e coiso e então vai de os pôr a fazer uma pesquisa sobre o La Fontaine e ver o que dali sai. Mais do que uma vontade minha, é uma meta estabelecida, pelo que dou voltas à pinha para ver se os ponho a fazer alguma coisinha. Principalmente aqueles que não fazem NADA. Isto agora é assim, caso não saibam: em vez de nos moermos para que os bons sejam espectaculares, temos de pôr os bons a marcar passo para que os preguiçosos/malcriados e assim, consigam chegar aos mínimos dos mínimos. E não queiram saber o que são os mínimos, porque senão vão já arranjar um segundo emprego para pagar a prestação do colégio privado.

Basicamente o que me deixa logo a espumar é isto. Peço-lhes (mando? Nããããõ! Os meninos podem ter mais que fazer...) uma pesquisa, disponho-me a ir com quem precise para a biblioteca e o ser de 14 anos lá do fundo replica isto, enquanto se abana na cadeira (ah, o bem que sabia uma queda...):

-Mas isso daí professora é p'rá quê mesmo? Não intendi.

- É um trabalho, como aqueles que tu NÃo fazes.

- Não tem interneti lá im casa, professora!

- E desde quando é que a internet é necessária para uma pesquisa? Tens uma biblioteca ali no pavilhão da esquina! Basta pedir à professora que lá está e ela ajuda-te!

- Dá trabalho...

E aí senti um apito no ouvido, vi tudo negro e rodei a cabeça como a miúda do Exorcista. Isto tudo vindo de uma aluno que tem todas os apoios, planos e afins...Isto não se faz a alguém que esteve de férias. Ao menos, não no primeiro dia.











domingo, 3 de janeiro de 2010

Um bom segundo período, malta! (Irony-mode on)


Ahhhh! Ainda bem que amanhã já é dia 4! Estava já farta de férias, de acordar quando me apetecesse e de não ter olheiras! Além disso, quem me tira as reuniões chatas e improdutivas, tira-me tudo. Quantas actas? 7? Só??? Vá lá, sejam bonzinhos, make it 8! E uma visita de estudo para este período? Porque não duas? Estamos a falar de 50 delinquentes, que é isso para mim?