sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Os Erasmus

Lembrei-me agora dos Erasmus, esses fixes, mas mais fixes ainda eram os senhores que elaboravam os Planos de Estudo deles. És irlandês? Pois agora, por causa dos comichões, vais levar com uma semestral de Linguística Textual Portuguesa que é para abrires a pestana! Quero cá saber se não te faz falta para o teu curso de Economia Doméstica!

És finlandesa? Pois olha, vais levar com Expressão Dramática que é um mimo. Deixa-te de mariquices, vais aprender e muito com aquela senhora monocórdica às 8 da manhã.

Uma rambóia.

Ora não sei como é que é, mas em cada ano do curso levei com Erasmus. Gajas. Irritantes e pseudo-intelectuais. Soou-se até que a belga trancalhadanças tinha coiso e tal com o professor de Literatura Inglesa ou não sei quê. Mas quanto a isso, cada um sabe de si, o que me tirou do sério foi o tupperware de crepes que a colega da grandalhona trouxe para a aula de apresentação do país delas. Pfff....Bélgica, quero cá saber! E que crepes tão fininhos, credo! Aquilo quase que se desvanecia entre os dedos, antes de chegar à boca. E açúcar, hã? Essa novidade aqui deste lado do Mundo? Upa, upa! Uma merda, aqueles crepes. Os meus são-de longe!- melhores.

E depois eram muito inteligentes e até eprenderam coisinhas em Português. Um nojo.

Adiante, o pior nem era ter de as gramar nas aulas. Nada disso. O que era mesmo mau era levar com elas nos trabalhos de grupo. E pior mesmo era fazer trabalhos de grupo com uma finlandesa cheia de sininhos e gorros da Guatemala, na disciplina de Expressão Dramática. Um horror. A parva da professora começou para lá a dividir-nos e eu-não sei bem porquê!- lá fui escolhida como o par da sardenta sob o efeito de psicotrópicos.

Tema do trabalho: não havia. Tínhamos só de imaginar qualquer coisa, um fio-condutor, uma história qualquer e contar o que imaginávamos ao nosso parceiro. Uma coisa à pressão. Nada mais fácil, apesar de estúpido.

Lá a outra começa-me a imaginar que estava um duende dentro do buracoo da parede do ginásio e que havia um Mundo lá dentro. Devia dar-lhe forte e feio no absinto, devia. E eu a franzir o sobrolho, considerando que tinha de pegar onde ela acabasse. Francamente não sei o que inventei, mas a criatura deve ter achado que também me faltava um belo dum parafuso, pelo que, ao fim do semestre (em que se fartou de passear pelo Algarve...) me deu o e-mail e me ensinou a dizer mina rakastan sinua (amo-te). Ou jogava na outra equipa ou então não sei. Enfim, lá passei ao lado da relação lésbica inter-cultural.

4 comentários:

Dina disse...

Ehehehehehe!!
Só tu...

Celeste disse...

Lá estás tu a implicar com os come-raízes, taditos...

:D

Olha, não é o teu Fim-de-Mundo, é a cidade ao lado. Aquela dos restaurantes!

Beiji**

Nana disse...

Ola

gostaria de falar ctg, mas nao consegui ver o teu email... podes escrever-me por favor para o meu?

Obrigada
ou msn: casadanana@gmail.com

6th nonsense disse...

Isto agora fez-me lembrar da minha própria experiência com duendes...

http://6thnonsense.blogspot.com/2009/08/amesterdao-um-relato-para-maiores-de-18.html