domingo, 18 de janeiro de 2009

É a tal coisa...

Eu ando sempre a dizer mal da tvi, mas desta redimiram-se. Na peça (é assim que se chama, não é?) que apresentaram sobre o Paulo Portas e o congresso do cds-pp, colocaram uma banda sonora do aço: scissors sisters.
Adicionalmente, sinto-me muito mais próxima da doutrina centrista, depois de ter adquirido esta magnífica franja à f***-se.
- Mariazinha Portas?
- Oui, c'est moi.

(As cabras são mais do que a população da aldeia. Ouvido antes de carregar no publicar mensagem.)

ps: Agora é aturar os PPs todos que me hão-de vir moer os fígados à pala da franja, da banda sonora...enfim, o costume. Já levei com um do psd, agora é começar a coleccionar....cromos. Táu! Mais uma! Até já sei o que vai sair daquelas cabecinhas de calça bege e camisinha azul...

2 comentários:

Anónimo disse...

Sobrepondo-se claramente à voz da locutora embaçada, o outro, o tal locutor dos programas piratas de fim de semana, começou a anunciar a frequência, sempre diferente de dia para dia, em que seria transmitido o próximo programa.
Um pouco surpresa mas imensamente feliz com a nova opção para o que estava a ser um dos programas mais sonolentos da noite, Mariazinha Portas rodou o pequenino botão azul da sua velha telefonia até sintonizar o novo posto, e por ali se deixou ficar.
- Muito boa noite ... – lá ia animando o locutor – ... a rádio pirata em sua casa, a alternativa ideal para as suas noites...
Deixou-o falar, claro. A conversa era sempre a mesma, mas entre as Just Girls e os Scissors Sisters – por favor – nem havia comparação.
Após uns minutos iniciais de cuidada atenção, voltou-se de novo para a pilha de testes ainda por corrigir.
- De hoje não passa – e atacou o primeiro de caneta vermelha em punho, olhos de lince à procura da primeira escorregadela ou verbo mal conjugado.
A rádio pirata estava passando agora uns temas da sua especial preferência e claro, para lá orientou mais umas gramas extras de atenção. O locutor, como sempre, pregava a apologia das rádios livres, a indepedência em relação a blá-blá-blá... mas isso também não era importante, principalmente quando ele se calava e deixava só a música a correr. Claro que uma vez, lembrava-se bem, devia ter ido beber um cafézinho mais prolongado e ficaram todos a ouvir um disco riscado durante uns bons minutos mas enfim, são coisas que acontecem.
Um estalido diferente trouxe-a de volta à realidade.
Algo de muito estranho se estava a passar junto da sua velha telefonia.
Olhou com mais atenção; ou estava a sonhar, ou a quantidade de asneiras do último teste era tanta que o seu pobre cérebro lhe estava já a pregar a partida.
Nunca ouvira falar de ser possível sair gente – sim, isso mesmo, gente vivinha da silva – do interior de uma velha telefonia.
Mas eram mesmo piratas.
De palmo e meio de tamanho, mas mesmo assim, piratas; de venda no olho, perna de pau e papagaio ao ombro.
Quase conseguia reconhecer o terrível Barba Azul, o terceiro a contar da esquerda...
Aproveitando o espanto natural, um deles saltou-lhe para cima e, desembainhando o seu sabre, encostou-lho ao nariz.
- A bolsa, formosa dama! E nada de truques, olhe que isto pica mesmo, não é só a brincar...
E para melhor exemplificar, enterrou a lâmina uns milimetros na pobre ponta nasal.
- Ai – protestou a Mariazinha, ainda atordoada.
- Era só para ver que eu não estava a brincar... e já agora... dá-me a bolsa ?
Perfeitamente baralhada e confusa com o assalto surrealista, apontou-lhes a carteira que repousava incauta sobre a mesa de cabeceira.
Um dos piratas, precisamente aquele que lhe parecera ser o Barba Azul, foi até lá, e dela retirou as poucas notas que ainda restavam – estamos em fim de mês .
- Mas voçês estão a roubar-me – ainda protestou
O pirata chefe espetou mais uns milimetros o seu sabre no nariz e aí a Mariazinha achou que um pouquinho de prudência não lhe ficaria nada mal. Ou seja, calou-se.
Ficou a cobrir a retirada, cómodamente sentado sobre o nariz ferido, enquanto os outros se iam agrupando em redor da velha telefonia. Quando já lá estavam todos, saltou também e, num segundo, estava junto deles, também.
Ainda de boca aberta, Mariazinha continuava deitada, o nariz ainda a doer das duas picadas do pirata chefe.
- Adeus formosa dama... e até à próxima.
Um após outro, desapareceram todos, tal como haviam surgido; do interior da velha telefonia, já quase desconjuntada por algumas quedas.
Quase a tremer, esticou a mão e rodou de novo o botão azul que seleccionava os postos emissores, à procura da maravilhosa locutora de voz enfadada e do não menos maravilhoso programa monótono de todas as noites – sim, estava mais que visto que ouvir rádios piratas podia ser um pouquinho perigoso e nada, mesmo nada lucrativo..
- Bolas ... e não é que ainda me ficou a doer o nariz ?
Voltou de novo a sua atenção para a pilha de testes por corrigir.
A caneta vermelha deslizou como que por magia, encostando-se à ponta dos dedos.
Não pôde evitar um sorriso.
- Aposto que o próximo vai ter nega, olá se vai...

Rolando, professor, Elvas

Cruxe disse...

Fogo... estes comentários davam um blog (no mínimo) :)