segunda-feira, 23 de abril de 2007

Pelo sonho é que vamos

Para iniciar bem a semana, nada melhor do que unir colarinhos com uma colega! Sabe bem!
Não há pior classe do que a dos professores, e digo isto com toda a certeza e sem me sentir lesada porque não me considero parte de nada, no que à Escola diz respeito. O sistema de ensino assenta numa base e num objectivo que, em teoria , devem ser uma mesma coisa: o aluno. É evidente que são muitas as variantes a ter em conta: os encarregados de educação, a comunidade, os alunos e os professores. Isto numa perspectiva simplista. É evidente, que, durante o percurso escolar de uma criança haverá muitas mais situações e intervenientes a ter em conta.
Se tudo corresse bem seria o paraíso: os pais compareciam às reuniões e interessavam-se pelo percurso do filho, os alunos davam importância às aprendizagens e à figura do professor e os professores não se deixavam influenciar por expectativas e comentários dos colegas em relação a um aluno problemático, não se deixavam embarcar numa cultura de revolta em que se deixa um aluno entregue ao que foi sem lhe ser dada hipótese de ser melhor, enfim...
Claro que nada disto acontece: os pais (uma graaaande parte deles) está-se borrifando para o percurso escolar de um filho até aparecer a bela da negativa; em casa, o aluno é confrontado com um discurso diferente daquele que é veiculado na escola, no qual a mesma é desvalorizada, mesmo que de forma inconsciente...mas, pior do que tudo isto, é encontrar profissionais da educação que colocam todas estas observações em causa DENTRO da sala de aula. Não podemos, de maneira nenhuma, desresponsabilizar-nos do nosso papel de educadores à conta de pais despreocupados...a NOSSA acção educativa deve centrar-se naquilo que, ainda, podemos moldar: os alunos.
Custa-me lidar com colegas que só sabem queixar-se das condições que lhe são dadas, do horário, dos alunos, da falta de Apoio, de tudo!!!
Esta profissão é dura, e sujeita a muita crítica, mas, evidentemente, as críticas não surgem do nada. A educação em Portugal, está como está, por haver falhas em muitas fases do processo de aprendizagem, e, cabe-nos a nós, principais facilitadores de aprendizagem, lutar, individualmente ou não, nessa mudança.

2 comentários:

Dina disse...

Passei por tantas situações semelhantes duarnte o tempo em que estive no ensino. A minha maior frustração era ver gente efectiva que se estava nas tintas para os alunos ou pelo menos para alguns alunos. Sempre me irritou a mania de dividir os alunos pelas turmas consoante os rendimentos ou status familiar.
A,B,C,D-meninos bem, filhos dos srs drs e engs ou de papás ricos.
Os outros conforme avançava o alfabeto as situações iam-se tornando cada vez mais problemáticas.
Como é que a sociedade pode ser diferente se a própria escola estimula as diferenças desta forma?
Devo ser do contra porque preferia as turmas do fim do alfabeto às do início...e todos achavam que eu devia ter um parafuso a menos por isso.
Maria...calma e oxalá nunca perca a perspectiva correcta do que é ensinar.Infelizmente isso acontece com tanta frequência. Há tanta gente que só é professor porque não conseguiu ser outra coisa...e essa é uma profissão em que a vocação é essencial.
Boa semana!

José Carrancudo disse...

A principal falha está nos métodos de ensino, cientificamente inválidos, impostos pelos governos dos últimos 20 anos. Publicamos uma análise que identifica as principais razões da crise na Educação, e indica o caminho à saída. Esperemos que o Governo saiba ouvir e actuar, e não apenas poupar dinheiro.